A meditação católica é a reflexão sobre algum ponto do patrimônio da fé, reflexão que mobiliza em certo grau a inteligência (e pode valer-se da memória e da imaginação); tem por objetivo avaliar mais profundamente o significado preciso das verdades reveladas, a fim de que o fiel chegue à oração e à mais íntima união com Deus.
Para obter este resultado, o cristão conta com a graça do Senhor, que lhe é concedida sem especiais artifícios de ordem física; compreende-se, porém, que o silêncio exterior e o silêncio inferior (no íntimo do orante) sejam condições oportunas para que possa haver reflexão ou meditação e oração. Não há postura física recomendada em particular no roteiro da meditação.
Para obter este resultado, o cristão conta com a graça do Senhor, que lhe é concedida sem especiais artifícios de ordem física; compreende-se, porém, que o silêncio exterior e o silêncio inferior (no íntimo do orante) sejam condições oportunas para que possa haver reflexão ou meditação e oração. Não há postura física recomendada em particular no roteiro da meditação.
O exercício assim concebido é dito no Antigo Testamento "ruminar"; cf. Sl 1, 2. Entre os cristãos, este "ruminar" é praticado de preferência sobre o Evangelho e os feitos da Redenção. S. Agostinho (+ 430) o expõe nos seguintes termos:
"Quando tu ouves ou lês, tu comes; quando meditas o que acabas de ouvir ou ler, tu ruminas a fim de ser um animal puro e não um impuro" Enarratio in Psalmum 36, sermo 3).
Este texto supõe que Jesus Cristo seja o alimento da alma, alimento oferecido não só pela Eucaristia, mas também pela palavra bíblica. A reflexão assídua sobre essa Palavra é tida como "ruminação", ruminação que caracteriza os animais puros conforme Lv 11, 3 e Dt 14, 6. O cristão, tendo lido ou ouvido a Palavra de Deus, quer saboreá-la e assimilá-la interiormente para que frutifique em sua vida.
A tradição dos monges desenvolveu esta prática, assinalando quatro etapas para a oração cristã:
1) a leitura do texto sagrado, leitura pausada, feita na presença de Deus, até que o leitor encontre uma frase ou um versículo que o impressione por sua densidade; pare então e passe para
2) a meditação, procurando aprofundar o que o texto quer dizer; pode usar todas as faculdades da mente (intelecto, imaginação, memória...) para ir ao âmago do que o texto quer dizer; considere quem é Deus que fala e age..., quem é a criatura, objeto da ação de Deus, (...) quais as circunstâncias em que tal ação ocorre segundo o texto sagrado (...).
3) oração ou colóquio com Deus ... a fim de adorá-lo, agradecer-Lhe, pedir-Lhe perdão e suplicar-Lhe as graças necessárias para corresponder exatamente à mensagem do Senhor. Por último, o orante se entre à
4) contemplação: deixa-se ficar tranqüilo, em silêncio interior, na presença de Deus, saboreando espiritualmente as verdades recordadas e procurando ouvir o que o Senhor tenha a lhe dizer...
Estas quatro etapas de oração constituem o que também se chama lectio divina; foram e são muito usuais em ambientes monásticos católicos. Do século XVI em diante, novos métodos de oração, inspirados por escolas de espiritualidade modernas, têm-se propagado entre os fiéis católicos; guardam todos a mesma atitude de pobreza interior, humildade. Confiança na graça de Deus, expansão da vida sacramental... São, entre outras,
- a escola inaciana, de S. Inácio de Loiola (+ 1556); os "Exercícios Espirituais" propõem o método das três faculdades da alma, a aplicação dos sentidos, a contemplação dos mistérios (ou da vida terrestre) de Cristo;
- a escola carmelitana e sua prática de meditação;
- a escola dominicana e seus exercícios de oração;
- a escola de S. Francisco de Sales e seu estilo de meditação adaptada à vida do cristão no mundo;
- a escola oratoriana, com seus mestres J. J. Olier e São João Eudes;
- a escola de São João Batista de La Salle, voltada para Religiosos não sacerdotes.
Tal é a riqueza da meditação cristã católica, fiel aos grandes princípios da fé e isenta de concepções panteístas.
fonte: http://www.cleofas.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário