quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Evangélicos Não Praticantes

Antigamente era muito comum receber a seguinte resposta quando se perguntava a religião de alguém:

"Sou católico não praticante".

Isso porém deixou de ser privilégio do catolicismo.


Evangélicos: fé longe do templo

A Gazeta | O espaço físico para as reuniões continua garantido, assim como os cultos e a postura de liderança do pastor. Mas a consciência de que o templo estará onde eles estiverem ajudou a aumentar o número de evangélicos que se dizem independentes e não se prendem a uma instituição. Segundo dados do IBGE (apresentados pela Folha de São Paulo), o número de evangélicos sem vínculo com igrejas chega a 4 milhões no país, quatro vezes mais do que em 2003.

É o que acontece com os frequentadores da comunidade Caminho da Graça, em Itapoã, Vila Velha. Há dois anos, quando 20 pessoas resolveram sair da igreja em que estavam, a solução escolhida foi usar as casas dos participantes para manter a união e a vivência em comunidade.

"Não importava onde estávamos, mas sim a nossa intenção. Entendemos que ter o espaço físico não é o mais importante. O que vale é a nossa relação com Deus", defende Venilda Aguiar, 59 anos, uma das fundadoras do grupo.

A última reunião sem uma sede para a comunidade foi na casa dela. Até que surgiu a necessidade de se compartilhar um espaço. "As casas já não comportavam tanta gente. Então conseguimos alugar um local, que hoje mantemos com outros trabalhos, como um bazar", diz Ana Dalva Corrêa, 60 anos.

Todos que estão hoje na comunidade - cerca de 80, ao todo - eram de alguma igreja evangélica e afirmam ter saído da denominação por algum desagrado ou desinteresse, principalmente em relação às regras impostas.

"As pessoas se decepcionam e trocam de igreja ou preferem se reunir em grupos. Outras vão a várias instituições, mas não se prendem a nenhuma. O que importa é estar sempre em contato com Jesus", frisa o pastor da Igreja Metodista Wesleyana Luiz Carlos dos Santos.
 

Pontos de vista 
Self-service religioso


"A mudança constante de igreja e a opção por não se fixar a nenhuma é um exemplo claro do que o sociólogo Zygmunt Bauman defende como "sociedade líquido-moderna". As pessoas têm o costume de não assumir compromissos, seja num relacionamento amoroso, seja com um emprego fixo, seja com uma igreja ou religião. É um self-service religioso, sendo aproveitado o que lhe interessa e quando há interesse", Vitor Nunes Rosa, teólogo e professor de Filosofia
2011/08/evangelicos-nao-praticantes.html
"Essas pessoas, em algum momento, ficaram insatisfeitos com a igreja em que estavam, seja porque se desiludiram com os ideais dela, seja porque não querem seguir regras e diretrizes traçadas pela instituição. Eles defendem que a igreja não deve ser representada por um espaço físico. O Reino de Deus não fica ali. O que importa é a intimidade que você cria com Ele, independentemente do local", Abílio Rodrigues, pastor da Igreja Batista da Restauração

 

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